"Não sei fazer música com a alma feminina, não tenho capacidade para isso". Aos 61 anos, Marcelo Nova quer falar sobre o amor e as mulheres. Seu novo disco, "12 Fêmeas", o primeiro de inéditas em oito anos, é tomado por imagens abstratas sobre relacionamentos tortuosos, e canções introspectivas e "heterossexuais", como ele mesmo as definem.
Se nas canções permeiam os amores inatingíveis e os sentimentos dúbios, Marcelo Nova, no conforto de sua casa, se mostra feliz, bem humorado e prático: apesar de ter estourado nos anos 80 com a Camisa de Vênus, não tem saco para a nostalgia. Tanto que não resistiu quando, recentemente, um fã entrou em seu camarim e comentou que os sucessos da época tinham sido tocados em versão "diferente".
"Eu disse: olha, os anos 80 nada tiveram de excepcional, o que aconteceu é que você envelheceu, provavelmente você não vive de uma maneira tão intensa quanto viveu na época. E você tem saudades. Não são os anos 80 que eram excepcionais, é sua vida hoje que está uma porcaria", lembra. Marcelo repete esse mantra por acreditar que é um melhor compositor hoje, após mais de 30 anos de carreira. Para os ouvidos mais ortodoxos, ele avisa: "mas o novo disco ten a cara do Marcelo Nova. Não queria trocar de vaca, então troquei só de teta. Eu gosto da minha vaquinha. E por essa teta ser tão nova, talvez ela tenha esse frescor (do novo disco)", diz, às gargalhadas.
O novo disco, "12 fêmeas", é também um trabalho familiar. Além do retrato na capa, pintado pela sua mulher, Inês, Marcelo trabalha pela primeira vez com o filho Drake, de 20 anos, que toca guitarra e produz o disco ao lado do pai e Luiz De Boni. "Eu já toquei com os maiores guitarristas do Brasil, mas pela primeira vez gravei com um guitarrista que pensa no texto, geralmente eles pensam apenas no andamento, nos riffs, nos solos. O Drake me ajudou muito nessa sutiliza", elogia. A gênese de "12 fêmeas" era ser um trabalho apenas de pai e filho. "Era para ser eu e ele, apenas guitarra e violão, Mas falei um dia: 'põe um órgão aqui pra ver o que acontece'. Aí pronto, o alien começou a surgir. Foi a primeira vez que um trabalho saía do meu controle". Agregou-se ao corpo estranho, músicos que cruzaram com ele, desde um percussionista de um grupo de monge tibetanos, que gravava no mesmo estúdio que ele, a um tocador de fole escocês que encontrou fazendo música dentro de um shopping.
O Portal Soterorockpolitano foi buscar na cidade de Barreiras os entrevistados da oitava entrevista da série “As 10 Caras do Rock Baiano”, são eles o guitarrista Rick Rodriguez e o vocalista Tito Blasphemer, da banda Vômitos. Nessa entrevista eles falam sobre as condições da cena da sua cidade e do esforço para mante-la ativa, suas influências e a inspiração para as suas letras, além da repercussão do clipe da música “Facada”, que já chegou a mais de 3.000 visualizações no Youtube. Então, ajeite-se na sua cadeira e fique ligado para não tomar uma facada no bucho. Soterorockpolitano - Como e quando surgiu a banda? Rick Rodriguez - A banda surgiu em 2007, tínhamos um interesse em comum, que era o punk rock, e isso nos motivou a formar a banda na época, começamos tocando músicas dos Ramones, que era nossa banda preferida e logo em seguida começamos a compor, e ter nossas próprias músicas. Tito Blasphemer - Estávamos cansados da cena de nossa cidade, bandas que